Olhos Verdes
05/10/2009
Verde, ver-te os olhos claros,
vem vagando na vertigem,
dos olhares mais amaveis,
que aos meus olhos se dirigem.
–
Voam soltas tuas miragens,
por sobre o desfiladeiro,
minha quimera predileta,
é teu sonho verdadeiro.
–
Verde, ver-te os olhos certos,
tão sereno teu semblante,
verte deles brasa viva,
que conduz-me a diante.
–
Verde, verde, faz-te forte
ilumina este peito,
deste teu sincero amante
que em teu verde é perfeito.
Adágio
04/10/2009
Venha ela, em adágio,
fraseando sutilezas,
em escalas tão maiores
que lhe ornam de beleza.
–
Tão sublime é o canto
da menina que amanhece,
sobre a cama das madeiras
qual a trama enobrece.
–
Desenvolve doces temas,
de tão rico explendor,
tão singelas tuas linhas,
tão suave teu amor.
–
E que ame, tal fermata.
–
Pois não me interessa a nota que passa,
mas a que soa por tempo indeterminado.
Espera
03/10/2009
Espero como quem espera,
tomado de esperança incerta,
junto à janela aberta,
bento pela brisa austera.
–
Sopra aos ouvidos, o vento,
ora cantando clemência,
ora com impaciência,
versos de nenhum alento.
–
Minha esperança é gentil,
por vezes descompromissada,
outras, tão desesperada,
chegando a causar dor ardil.
–
É sonho e desilusão,
é pura e, em sua pureza,
é plena em tal sutileza,
qu’é dor que traz consolação.
Inaugural
03/10/2009
Era uma casa modesta
De dimensões modestas
Abrigando gente modesta
Num vilarejo modesto
Mas, por ser afastada de tudo, tinha como jardim a imensidão do campo.
E decidiu, então, que faria ali um roseiral, plantando uma rosa poema por dia.
Tapete vermelho, para receber aquela que inda retornaria.